domingo, 14 de outubro de 2012

Saberes Docentes

Saberes Docentes (Tardif, 2011)
- Os saberes que Tardif se refere é o que constitui a identidade do professor. Ele discrimina os saberes que caracterizam um professor.
o livro ele discute os saberes profissionais, saberes disciplinares, saberes curriculares e os saberes experimentais.
- Um professor deve ter o conhecimento de sua disciplina, matéria e currículo. Deve entender o processo de ensinar-aprender, e deve também buscar recursos em suas experiências pessoais e profissionais.
- Esses saberes é que tornam um professor. E a escola é um palco de evolução desse professor, que transforma experiência em prática e as práticas em novas experiências, um eterno aprendiz.
- A interação entre aluno e professor difere um professor de um simples agente de transferência de conhecimento (unilateral). Os questionamentos e divergências colaboram transformando e reestruturando os saberes.


Algumas palestras da semana acadêmica me fizeram refletir sobre algumas coisas. Uma delas, a do Prof. Marco Moreira do IF-UFRGS - Aprendizagem significativa da Física, me intrigou muito com uma definição sobre o que é ensinar. Na verdade uma negação: "Ensinar não é transferir conhecimento."
Na hora que ouvi isso eu discordei, pois não havia escutado a definição desse termo no início da palestra (que gafe! - isso que dá chegar atrasada!), mas depois me dei conta que estavamos falando da mesma coisa com palavras diferentes. O que o Moreira quiz dizer com transferência de conhecimento é como se o conhecimento estivesse ali num pacotinho pronto e você simplesmente pegasse ele e colocasse dentro da cabeça do aluno. Oras uma pessoa que entende um pouquinho que seja de pedagogia sabe que não funciona assim, ensinar é um processo muito mais complexo que colocar um pacotinho na cabeça de um aluno, é necessário todos esses saberes à um professor para que ele possa ensinar.
Nessa palestra ele também discute o uso de recursos tecnológicos na sala de aula, ele é bem radical e desacredita em coisas como quadro-negro (isso mesmo - Abaixo o quadro-negro!!!), o que também devo discordar dele mas não cometi a gafe de comentar sobre isso no final . Ele não defende a substituição do quadro-negro por outro recurso, pelo contrário, a utilização de slides (power points) são apenas uma ferramenta de apoio. O professor deve saber usar essas ferramentas.




Ele também dá uma nova definição ao professor quando o chama de mediador, eu espero que ele não estivesse se referindo aos professores, tutores, mediadores dessas faculdades EADs que existem aos montes por aí. Por que, sério, essas faculdades são aberrações pedagógicas, existem apenas para dar velocidade ao processo de colocar profissionais no mercado, e ao meu ver os cursos tecnólogos e técnicos que tinham essa função. Eu não consigo entender como um professor(tutor-mediador) consegue avaliar um aluno em nível acadêmico numa área que não é sua especialidade, seja fazendo o meio de campo (entre o quê? - o livro e o aluno de certo), pois é assim que vejo essas EADs, não com bons olhos, pois entendo o processo de ser professor, os saberes envolvidos, e não é isso que vejo acontecer nessas faculdades. O que lá acontece é um professor tutor que faz o acompanhamento da turma desde o primeiro dia de aula até sua formatura, e as intervenções nas aulas presenciais se resumem em passar um vídeo institucional, aplicar as avalições (elaboradas pelo núcleo pedagógico da instituição) e no tempo que sobra comentar um pouco o livro didático da disciplina e tentar discutir ou corrigir as questões propostas no livro, muitas vezes frustadamente por falta de conhecimento sobre o tema.
Mas enfim, acho que fugi um pouco do foco proposto nessa postagem, falei sobre saberes, expandi isso para o meu cotidiano, tecnologias e de brinde uma crítica às EADs. Não era bem isso que eu tinha em mente quando comecei a escrever, mas foi o que saiu (Blog é legal, eu posso voltar outra hora e complementar se eu quiser =D).
Uma pena a palestra não ter sido gravada, senão eu colocava o link do vídeo para vocês assistirem (e verem a minha gafe discordando do Moreira). Mas deixo a página dele para vocês terem acesso, lá encontrarão artigos sobre Aprendizagem significativa e também há um bom artigo sobre mapas conceituais, quem ainda não fez e quer fazer um para aquela atividade sobre Identidade e Diferença vale a pena ler: http://www.marcoantoniomoreira.com.br/homepage.html

Um comentário:

  1. Oi Delilian,

    apesar da "gafe" e de acreditar ter fugido do foco, na verdade tu fez associações muito interessantes, conectando os teus conhecimentos prévios, crenças e certezas com o conteúdo da palestra que mobilizou uma reflexão que inclui a EAD. Aproveitando o teu registro e com o intuito de contribuir com a tua reflexão vou deixar algumas perguntas para pensares: será que todos os cursos ofertados na modalidade a distância funcionam desse modo? Será que não estás correndo o risco de nivelar todos por baixo? Na mesma linha, será que o fato de ser presencial é garantia de aprendizagem ou qualidade na formação?
    Seguimos...
    Um carinhoso abraço,
    Profa. Nádie

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